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Artigo

Sobre Aborto Em Casos De Microcefalia.
21/06/2019 Não informado

Grupo prepara ação no STF por aborto em casos de microcefalia

Debora Diniz afirma que interrupção de gestações seria parte de uma ação maior focada 'na garantia de direitos das mulheres'

Debora Diniz afirma que interrupção de gestações seria parte de uma ação maior focada 'na garantia de direitos das mulheres'

O grupo de advogados, acadêmicos e ativistas que articulou a discussão sobre aborto de fetos anencéfalos no Supremo Tribunal Federal, acatada em 2012, prepara uma ação similar para pedir à Suprema Corte o direito ao aborto em gestações de bebês com microcefalia.

Por Ricardo Senra, no BBC

À frente da ação, que deve ser entregue aos ministros em até dois meses, está a antropóloga Debora Diniz, do instituto de bioética Anis, que recebeu a BBC Brasil em seu escritório em Brasília. “Somos uma organização que já fez isso antes. E conseguiu. Estamos plenamente inspiradas para repetir, sabendo que vamos enfrentar todas as dificuldades judiciais e burocráticas que enfrentamos da primeira vez.” Ela se refere à lentidão do processo – o pedido de avaliação dos abortos para fetos anencéfalos foi feito pela Anis em 2004 e aceito pelos ministros, por 8 votos a 2, em 2012. Mas também às barreiras morais e religiosas levantadas por grupos organizados, igrejas e parte da população. “Em 2004 não havia uma epidemia nem havia um vetor (como o mosquito Aedes aegypti). Agora ambos existem e isso torna a necessidade de providências mais urgente”, diz. “Por outro lado, na anencefalia os bebês não nascem vivos e assim escapávamos de um debate moral. Hoje, sabemos que a microcefalia típica é um mal incurável, irreversível, mas o bebê sobrevive (na maioria dos casos)”, afirma. “Portanto trata-se do aborto propriamente dito e isso enfrenta resistência.” Em entrevista exclusiva à BBC Brasil e ao programa Newsnight, da BBC, Diniz diz que a interrupção de gestações é só um dos pontos de uma ação maior, focada na “garantia de direitos das mulheres, principalmente na saúde”. Na argumentação que apresentará ao STF, o Estado é apresentado como “responsável pela epidemia de zika”, por não ter erradicado o mosquito. Nesse caso, constitucionalmente, as mulheres não poderiam ser “penalizadas pelas consequências de políticas públicas falhas”, entre elas a microcefalia. Portanto, “deveriam ter direito à escolha do aborto legal”, entre outras iniciativas. Atualmente, a legislação brasileira só permite o aborto em casos de estupro, risco de vida da mulher e quando o feto é anencéfalo. Segundo pesquisa Datafolha divulgada em dezembro do ano passado, 67% dos brasileiros são favoráveis à manutenção da lei. Outros 16% acreditam que o aborto deve ser permitido em outros casos e 11% acreditam que a prática deveria deixar de ser crime em qualquer ocasião.

Argumentos

supremo_640x360_thinkstock_nocredit Os principais eixos do documento que está sendo preparado, segundo a BBC Brasil apurou, cobram ações de vigilância sanitária para erradicar definitivamente o mosquito, políticas públicas de direitos sexuais e reprodutivos para mulheres (contraceptivos, pré-natal frequente e aborto) e ações que garantam a inclusão social de crianças com deficiência ou má-formação por conta da doença. A microcefalia impede o crescimento normal do crânio durante a gravidez e há 3.448 casos suspeitos sob investigação pelo Ministério da Saúde no Brasil. A doença vem sendo associada ao zika vírus, que já se espalha por mais de 20 países nas Américas. “Nós vivemos uma situação de epidemia e não podemos ter um ministro que diz ‘nós perdemos a guerra contra o mosquito’ (em referência a declaração do ministro da Saúde, Marcelo Castro). Não, a guerra tem que ser ganha. Essa responsabilidade não é da mulher. Isso é negligência do Estado e gera uma responsabilidade do Estado”, afirma Diniz, também professora na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília. O documento que está sendo preparado deve argumentar que a ilegalidade do aborto e a falta de políticas de erradicação do Aedes ferem a Constituição Federal em dois pontos: direito à saúde e direito à seguridade social. A argumentação deve ainda destacar a vulnerabilidade específica de mulheres pobres – já que a epidemia ainda se concentra em áreas carentes do país, especialmente no Nordeste. “É preciso garantir a todas as mulheres, e não só às que têm acesso a serviços de saúde ou podem pagar um aborto ilegal”, diz Debora. “Autorizar o aborto não é levar as mulheres a fazê-lo. Quem tem dinheiro e quer já faz. Justamente quem tem mais necessidade não pode ser privado do direito de escolher sobre a própria vida”, afirma.

Anencefalia

Em 2004, o grupo de Diniz ingressou no STF como uma arguição de descumprimento de preceito fundamental para discutir no Supremo o que via como violações à Constituição pela não autorização do aborto em caso de fetos anencéfalos. Oito anos depois, a corte determinou que nem mulheres, nem profissionais que realizam abortos nessa condição podem ser punidos. Essa foi a primeira vez na história em que o STF tomou decisão sobre saúde e direitos reprodutivos.
Leia a matéria completa em: Grupo prepara ação no STF por aborto em casos de microcefalia - Geledés TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO SITE:http://www.geledes.org.br/grupo-prepara-acao-no-stf-por-aborto-em-casos-de-microcefalia/#ixzz3zoVT04k1 Follow us: @geledes on Twitter | geledes on Facebook  

Zika: ONU defende aborto em casos de microcefalia

   
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Alto comissário cobrou revogação de leis que limitem a prática

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Zeid Al Hussein, pediu nesta sexta-feira (5) a revogação de leis que limitem o acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva, inclusive o aborto, para fazer frente à disseminação do vírus zika, que pode causar microcefalia em fetos. do Jornal do Brasil “O conselho formulado por alguns governos às mulheres de retardar a gravidez ignora o fato de que muitas não podem simplesmente exercitar o controle sobre si ou em quais circunstâncias engravidar, sobretudo em ambientes onde a violência sexual é tão comum”, diz uma nota assinada pelo chefe do Acnudh. Segundo ele, os esforços para conter o zika não serão potencializados apenas com conselhos para atrasar a decisão de ter um filho. “Muitas das questões-chave giram ao redor do fracasso dos homens em apoiar os direitos das mulheres, e uma série de medidas fortes deve ser tomada para enfrentar esses problemas a fundo”, acrescentou. O alto comissário declarou ainda que os serviços de saúde sexual precisam incluir a contracepção, incluindo a de emergência, a assistência sanitária materna e o aborto. No Brasil, dar fim à própria gravidez já é permitido em casos de estupro, mas algumas personalidades, inclusive o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão (PSB-RJ), defendem que mulheres tenham direito de abortar fetos com microcefalia. A potencial relação entre a má formação cerebral e o zika motivou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar estado de emergência internacional contra o vírus.
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