Aguarde, carregando...

X

Fale Conosco:

Aguarde, enviando contato!

Artigo

Especial Professor
21/06/2019 Priscila Germosgeschi

Professor acalma bebê de aluna durante a aula em Israel

 
O professor Sydney Engelberg segura no colo bebê de estudante

O professor Sydney Engelberg segura no colo bebê de estudante 12/05/201517h30 fonte: SITE UOL

Ter de levar seu bebê para assistir às aulas é uma atitude que algumas mães estudantes precisam fazer quando não se tem com quem deixá-lo. Foi o que aconteceu com uma aluna da Universidade de Gratz, em Jerusalém, capital de Israel. Mas ela não esperava que seu professor desse colo para seu filho para acalmá-lo, em vez de pedir para que ela deixasse a sala.

O docente é Sydney Engelberg, que ministra as disciplinas de filosofia e psicologia na instituição. O momento que aconteceu no curso de comportamento organizacional acabou sendo registrado pela filha do professor, Sarit Fishbaine. A foto já ganhou mais de 40 mil curtidas e foi compartilhada por mais de 3 mil pessoas no Facebook.

"O bebê de uma das estudantes que frequentava a classe começou a chorar. Ao invés de deixar a moça se retirar, ele [que também é avô] não hesitou em pegar a criança no colo e tentar acalmá-la", contou a filha de Engelberg na legenda da imagem.

Mães tiveram que levar seus bebês para a sala de aula aqui também no Brasil. Por falta de vagas na creche da USP (Universidade de São Paulo), elas improvisaram combinando professor a professor a autorização para que os bebês as acompanhem nas disciplinas.

 

 

 Sobre Jequitibás e Eucaliptos

Hoje quero trazer a esse espaço o texto de um de meus autores favoritos: o doce mestre Rubem Alves, um profundo conhecedor da alma humana em geral e da alma dos educadores, em particular. Salve Rubem! 750_400_Rubem     “Educadores, onde estarão? Em que covas se terão escondido? Professores, há  aos milhares. Mas o professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança. Profissões e vocações são como plantas. Vicejam e florescem em nichos ecológicos, naquele conjunto precário de situações que as tornam possíveis e – quem sabe? – necessárias. Destruído esse habitat, a vida vai-se encolhendo, murchando, fica triste, mirra, entra para o fundo da terra, até sumir. E o educador? Que terá acontecido com ele? Existirá ainda o nicho ecológico que torna possível a sua existência? Resta-lhe algum espaço? Será que alguém lhe concede a palavra ou lhe dá ouvidos? Merecerá sobreviver? Tem alguma função social ou econômica a desempenhar? Uma vez cortada a floresta virgem, tudo muda. É bem verdade que é possível plantar eucaliptos, essa raça sem vergonha que cresce depressa, para substituir as velhas árvores seculares que ninguém viu nascer nem plantou. Para certos gostos, fica até mais bonito: todos enfileirados, em permanente posição de sentido, preparados para o corte. E para o lucro. Acima de tudo, vão-se os mistérios, as sombras não penetradas e desconhecidas, os silêncios, os lugares ainda não visitados. O espaço racionaliza-se sob a exigência da organização. Os ventos não mais serão cavalgados por espíritos misteriosos, porque todos eles só falarão de cifras, financiamentos e negócios. Que me entendam a analogia.Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer. jequitibá e eucalipto, não é tudo árvore, madeira? No final, não dá tudo no mesmo? Não, não dá tudo no mesmo, porque cada árvore é a revelação de um habitat, cada uma delas tem cidadania num mundo específico. A primeira, no mundo do mistério, a segunda, no mundo da organização, das instituições, das finanças. Há árvores que têm personalidade e os antigos acreditavam mesmo que possuíam uma alma. É aquela árvore, diferente de todas, que sentiu coisas que ninguém mais sentiu. Há outras que são absolutamente idênticas umas às outras, que podem ser substituídas com rapidez e sem problemas. Eu diria que os educadores são como as velhas árvores. Possuem  uma face, um nome, uma “história” a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os liga aos alunos, sendo que cada aluno é uma “entidade” sui generis, portador de um nome, também de uma “história”, sofrendo tristezas e alimentando esperanças. Mas professores são habitantes de um mundo diferente, onde o “educador” pouco importa, pois o que interessa é um “crédito” cultural que o aluno adquire numa disciplina identificada por uma sigla, sendo que, para fins institucionais, nenhuma diferença faz aquele que a ministra. Por isso, professores são entidades “descartáveis”, da mesma forma como há canetas descartáveis, coadores de café descartáveis, copinhos de plástico para café descartáveis. De educadores para professores realizamos o mesmo salto que de pessoa para funções. (…)Não sei como preparar o educador. Talvez porque isso não seja nem necessário nem possível… É necessário acordá-lo. E aí aprenderemos que educadores não se extinguiram como tropeiros e caixeiros. Porque, talvez, nem tropeiros nem caixeiros tenham desaparecido, mas permaneçam como memórias de um passado que está mais próximo do nosso futuro que o ontem. Basta que os chamemos do seu sono, por um ato de amor e coragem. E talvez,  acordados, repetirão o milagre da instauração de novos mundos.” [ALVES, Rubem. Sobre Jequitibás e Eucaliptos. in: Conversas com Quem Gosta de Ensinar]   i391060    

Tags



Posso Ajudar?

Este website utiliza cookies próprios e de terceiros a fim de personalizar o conteúdo, melhorar a experiência do usuário, fornecer funções de mídias sociais e analisar o tráfego.
Para continuar navegando você deve concordar com nossa Política de Privacidade.

Sim, eu aceito.