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Artigo

Mais Empatia, Como Seria?
28/02/2020 Priscila Germosgeschi

MAIS EMPATIA, COMO SERIA?

do em sociedade por 

Empatia, estado de espírito no qual uma pessoa se identifica com outra, presumindo sentir o que esta está sentindo. É disto que o mundo está precisando!

O mundo precisa de mais amor, por favor. Precisa de compaixão, solidariedade, compreensão, paz, amizade... Mas, tenho pra mim, que o mundo precisa mesmo é de empatia. Empatia, estado de espírito no qual uma pessoa se identifica com outra, presumindo sentir o que esta está sentindo. Se todos nós, criaturas pensantes, pertencentes à raça humana, animais racionais, conseguíssemos nos colocar no lugar do outro, sentir na pele o que o outro está sentindo, entender todo o contexto daquela pessoa, teríamos mais amor e não teria de ser um favor.

A humanidade vive uma era de ódio generalizada. Ódio político, ódio religioso, racial, homofóbico, xenofóbico, classicista, ódio por tudo aquilo que foge ao padrão e às convenções da sociedade ao qual se está inserido, ódio ao oposto, ao diferente, ao politicamente incorreto, ao outro. Se uma coisa está onde alguém acha que não deveria estar, ódio. Se alguém é algo que uma minoria não gostaria que fosse, ódio. Se emite uma opinião contrária, ódio. Se é, ódio. Se não é, ódio também. Talvez a solução seria não se importar tanto com o que não lhe diz respeito, parar de invadir o espaço pessoal alheio, cuidar da própria vida. Ser egoísta mesmo. É melhor do que queimar um mendigo por ele estar deitado em uma praça pública. Ou espancar um gay por ele ser gay. Ou entrar em uma igreja atirando em todo mundo por eles serem negros. Ou invadir um trem e atacar um torcedor de outro time pelo simples fato de ele torcer para outro time.

Se todos nós tivéssemos a não tão incrível capacidade de nos projetarmos em outra pessoa, num dado momento, na pobre criatura agredida física, psicológica ou verbalmente, não chegaríamos a agredi-la. Se entendêssemos as necessidades e ansiedades alheias como se fossem nossas também, não chegaríamos ao ponto que estamos hoje e, assim, a moça do tempo não seria execrada mente nas redes sociais, os inocentes cachorrinhos passeando no condomínio não seriam atacados a tiros por estarem passeando, bananas não seriam atiradas no estádio de futebol, amigos não virariam inimigos por simpatizarem com partidos políticos diferentes, deficientes teriam suas vagas de estacionamento sempre vagas quando precisassem e mulheres não seriam estupradas por andarem de saia na rua.

Um país que vive à sombra de uma cultura de meritocracia e que não a comporta, pois é repleto de desigualdades, se incorporasse essa presunção de projeção, entenderia que qualquer coisa pode acontecer com qualquer um, que o bullying não é divertido para quem sofre e que o contrário também pode acontecer. Que não se pode julgar sem conhecimento de causa. Que mulher não foi “feita para apanhar”, que nem todos têm as melhores oportunidades na vida e que “sucesso” pode ter semânticas diferentes. Um viciado em drogas não é, necessariamente, um bandido, mas apenas alguém que não teve escolhas. Um animal de rua não merece ser chutado por estar na rua, ele preferiria não estar.

E com mais empatia, como seria? Seria mais igualitário, mais coeso, mais tranquilo. Seríamos mais tolerantes. Valeríamos mais a pena. Guerras teriam sido evitadas. Se essa ideia pegasse, professores não apanhariam de alunos e as salas de aula serviriam para ensinar e aprender. Se virasse hashtag, que está na moda, seríamos todos Charlies, Majús e Kalianes e uma criança não seria apedrejada ao sair de um culto apenas por pertencer a determinada religião. Como seria? Seríamos humanos. Por favor, mais empatia!

Fonte: 

http://obviousmag.org/exescrevinhos/2015/07/mais-empatia-como-seria.html

 

POR UM MUNDO DE EMPATIA

do em recortes por 

"Não existe nada mais pesado que a compaixão. Mesmo nossa própria dor não é tão pesada quanto a dor co-sentida com outro, por outro, no lugar de outro, multiplicada pela imaginação, prolongada por centenas de ecos." A insustentável leveza do ser, Milan Kundera.

 

Sabe aqueles dias em que você não está bem ou quando você analisa a sua vida e percebe que as coisas não estão nem um pingo do jeito que você gostaria? Ou, ainda, quando acontece algo que tira o nosso chão e nos deixa sem rumo? Nesses momentos a tristeza é inevitável, assim como, o sentimento de impotência diante da vida, de tal maneira que a chama que nos mantêm firmes enfraquece. Precisamos, então, de pessoas capazes de se colocar no nosso lugar e de algum modo sentir a nossa dor. Ou seja, precisamos da empatia dos que nos cercam para que percebamos que não estamos sozinhos e que por mais dolorosa que seja a caminhada, chegaremos ao final.

Em uma sociedade tão individualista e egoísta como a nossa, torna-se extremamente difícil encontrar pessoas empáticas. Cada um pensa na sua satisfação pessoal e na resolução dos problemas que unicamente o incomodam, de forma que não há um olhar contemplativo em relação ao todo, para que possamos enxergar que a vida não se circunscreve apenas a nossa existência e que as outras pessoas também têm problemas e dores, já que são seres humanos como nós também somos.

Dessa forma, para que se possa ter empatia, antes é necessário fugir do senso comum, que prega apenas valores individualistas voltados para o próprio umbigo. Em outras palavras, jamais conseguiremos possuir empatia se o nosso mundo se circunscrever somente a nós, de modo que o outro seja algo totalmente inóspito e sem as mesmas constituições emocionais que as nossas.

Para ter empatia é indubitável que o indivíduo permita ser tocado por um dor que não é sua e esteja aberto àquele novo mundo a sua frente. É preciso permitir ter as suas veias e artérias invadidas por um corpo estranho, com pensamentos diferentes dos seus, problemas diferentes dos seus e monstros diferentes dos seus. É preciso estar aberto a um ser que mesmo diferente precisa de um olhar e um afago que o faça sentir que não está atravessando aquela tormenta sozinho.

No entanto, em uma sociedade em que o egoísmo predomina, é difícil encontrar pessoas que realmente possuem a capacidade de colocar-se no lugar do outro. Pessoas que vão além da simpatia, que é importante, mas não supre de modo algum a falta da empatia. Quando estamos tristes não precisamos apenas de alguém que só saiba contar piadas e nos queira levar pra sair. Precisamos de alguém que entenda a nossa dor, que respeite o nosso luto e que demonstre que apesar de incômoda, aquela é uma situação que faz parte da vida e que devemos enfrentá-la por mais que seja difícil.

Precisamos de pessoas que sejam capazes de também mostrar a suas feridas, revelar os seus medos e confessar as suas fraquezas, para que percebamos que não somos os únicos que choramos e às vezes temos vontade de desistir. Não se trata de provocar “felicidade” em função de uma tristeza alheia, mas de demonstrar a humanidade que há em nós, que faz coisas belas e grandiosas e também tem fraquezas, dores e angústias. Isto é, demonstrar que todos nós caímos e precisamos de ajuda e que a dor que agora sentimos, outros já sentiram e sentem, de modo que não há motivo para desespero, pois o fardo que parece insuportável, outros já suportaram, bem como, não é necessário carregá-lo sozinho, pois há alguém para dividir esse fardo e ajudá-lo a sair dessa situação.

Assim, ter empatia é ter o coração aberto para outra vida que precisa de nós naquele momento. É saber que naquele lugar poderia ser eu, você ou qualquer um. É ter a sensibilidade para perceber que não é porque uma determinada situação não mexe conosco, que não mexe com o outro; que não é porque algo não aperta o nosso peito, que o outro não pode sentir o seu peito esmagado.

Ter empatia é entender que as pessoas são diferentes, sofrem por coisas diferentes, reagem às situações internas e externas de modo diferente, mas que, acima de tudo, são seres humanos que em meio a divergências fazem a mesma coisa, sentem. E, assim, precisam ser ouvidas, compreendidas e acarinhadas, pois o que há de mais nobre na empatia é essa capacidade de sentir uma dor que talvez jamais nos incomodasse. Mas, que nos incomoda pelo outro, em razão do outro e por isso é ao mesmo tempo tão pesada e bela e faz com que sintamos o âmago de outro ser ecoando dentro de nós, pois como diz Kundera:

"Não existe nada mais pesado que a compaixão. Mesmo nossa própria dor não é tão pesada quanto a dor co-sentida com outro, por outro, no lugar de outro, multiplicada pela imaginação, prolongada por centenas de ecos."


Fonte: 

http://obviousmag.org/genialmente_louco/2016/por-um-mundo-de-empatia.html

 

 

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