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O que o fim da criação de orcas no SeaWorld significa para outros animais que vivem em cativeiro?
As mudanças não são impulsionadas pela "sensibilidade" das empresas, e sim pelo ativismo do público.
(FOTO: FLICKR/P.SACHIN.NAYAK)
Quando o SeaWorld anunciou que pararia de criar orcas e que acabaria com "performances teatrais" utilizando os animais, a novidade parecia marcar uma mudança significativa nas ideias relacionadas a animais em cativeiro.
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Wayne Pacelle, presidente da Humane Society dos Estados Unidos, e Joel Manby, CEO do SeaWorld, promoveram a nova parceria entre as organizações em entrevistas. Após uma longa história de recriminação mútua, as duas organizações dizem que trabalharão juntas para prover o apoio necessário para criaturas marinhas selvagens que estão sofrendo e para melhorar as circunstâncias atuais das orcas que ainda vivem cativasnos Estados Unidos. Maby, do SeaWorld, disse:
Fica claro para mim que a sociedade está mudando. A visão que as pessoas têm desses belos e majestosos animais em cuidados humanos — as pessoas estão cada vez mais desconfortáveis com isso. E não importa de qual lado você está nesse tema, fica claro que está ocorrendo uma mudança, e nós [do SeaWorld] precisamos mudar com isso. Se realmente há uma mudança ocorrendo, parece estar mais na retórica da indústria de animais em exibição do que no conforto (ou desconforto) do público em ver grandes animais vivendo em cativeiro.
Mudando com os tempos
Para qualquer um interessado na história da exibição de animais exóticos, a notícia de que as expectativas das pessoas mudou e que zoológicos, aquários e circos são responsáveis por essas mudanças não faz nada além de incentivar um pouco de cinismo. O anúncio da Humane Society e do SeaWorld ecoa outro do ano passado, em que o Ringling Bros. e o Circo Barnum & Bailey decidiram acabar com as apresentações de elefantes, além de aposentar os animais. Nos dois casos, as empresas claramente estavam sofrendo problemas com as críticas do público, o que estava afetando seus desempenhos. Elas parecem ter tomado suas decisões de negócios para proteger suas marcas e mudar a atenção do público no que eles chamam de "missões de cunho crítico". Ao mesmo tempo, ambos os anúncios foram estruturados de forma a parecerem resultados do reconhecimento de que os tempos mudaram - "a sociedade está mudando" - e que essa mudança está melhorando as circunstâncias dos animais em cativeiro. Essa alegação vai além das baleias carismáticas e elefantes e os vários tipos de novas regras e exibições. No fim desse mês, por exemplo, o Zoológico de Londres abrirá uma "incrível" exibição, "Terra dos Leões", que contará com "áreas temáticas a serem exploradas". Essa exibição é descrita como uma "aventura interativa", a partir da qual os visitantes poderão chegar "mais perto do que nunca dos poderosos leões asiáticos". Um vídeo da rainha da Inglaterra inaugurando oficialmente a exibição mostra duas leoas quietas que são "ativadas" ao receberem comida em seus pequenos espaços.
Mas os tempos já vinham mudando...
Não tenho certeza se rainha sentiu como se tivesse sido transportada para a Índia ao visitar a exibição. O que fica claro, no entanto, é que o zoológico quer nos fazer acreditar que a exibição é completamente romantizada. Um tipo de alegação bem velho, na verdade. Um editorial do Daily News of London do em 1869, por exemplo, descreve a nova "casa" dos leões que seria implantado no mesmo zoológico citado acima. Discutindo o histórico de jaulas em péssimas condições para os animais". O texto indica que a casa vem uma nova visão para "exibir leões e tigres no que pode ser chamado de ambiente parecido com o que é natural deles" e que o público poderá observar "os leões brincando, livres como se estivessem na selva; tigres se espreguiçando e pulando, com pouquíssimas restrições".
RASCUNHO DO SÉCULO 19 DE COMO SERIA O ZOOLÓGICO DO FUTURO (FOTO: NIGEL ROTHFELS' SAVAGES AND BEASTS: THE BIRTH OF THE MODERN ZOO)
Desde que os zoológicos públicos começaram a ser construídos no século 19, um padrão consistente tem se repetido em todos esses novos zoológicos e exibições.O argumento geralmente defende que mesmo que as exibições anteriores tenham desapontado ou deixado de inspirar os visitantes, a nova exibição fará parecer os animais não estão em cativeiro. Mais importante do que isso: os próprios animais finalmente estarão felizes.
SAIBA MAIS
Infelizmente, quase todas essas novas exibições acabam sendo menos do que o esperado, do que foi planejado... simplesmente menos. Isso não quer dizer que as exibições não tenham melhorado. No geral, os animais que são exibidos têm recebido cuidados melhores e estão em condições tão saudáveis quanto as que costumavam ter antes. Cada geração de exibições tende a melhorar os aspectos fracos das que vieram antes; exibições de elefantes são mais ambiciosas nos zoológicos de hoje, como a "Terra dos Elefantes", no Zoológico de Oregon, nos Estados Unidos, por exemplo, que tem melhorado radicamente as condições dos animais, cuidadores e a relação com o público de visitantes. E essas mudanças foram impulsionadas pelas preocupação do público junto com as ambições de designers e diretores de prover circunstâncias melhores para os animais. Mas isso não altera o fato de que os animais estão em cativeiro. E isso continuará a sabotar quaisquer gestos que supostamente promovem melhorias para os animais. *Nigel Rothfels é pesquisador na Universidade de Wisconsin-Milwaukee, nos Estados Unidos. Esse artigo foi do originalmente em inglês no The Conversation.
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